Newsletter #001 – Shakespeare, Hamlet e meus solilóquios favoritos

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Você se lembra qual foi o autor que fisgou você para os livros? Eu me lembro com precisão quase cirúrgica.

Era a5ª série do Ensino Fundamental. Eu andava por aí com qualquer Batman ou Mickey embaixo do braço quando minha professora de Língua Portuguesa, Mercedes, deu um trabalho para o segundo semestre em que, além de criar textos em todos os gêneros discursivos, tínhamos que ler e fazer um resumo da adaptação de Sonho de uma Noite de Verão de William Shakespeare, escrita por Ana Maria Machado. Eu nunca imaginei que um livro pudesse ser divertido, fantasioso e romântico ao mesmo tempo.

Desde então, sempre volto para Shakespeare: no começo, pelas lentes das adaptações, depois no texto original.

Entre as peças do autor, confesso que tenho uma queda pelas comédias como, a já citada, Sonho de uma Noite de Verão, a quase dramédia Muito Barulho por Nada e a inspiração de muitos filmes A Megera Domada, mas é claro que Hamlet nunca passaria desapercebida: ela é quase a personificação da obra do dramaturgo! A associação é quase imediata com o seu incrível solilóquio que aparece na Cena 1 do Ato 3 “Ser ou não ser? Eis a questão!”

O cinema adaptou Hamlet a exaustão, sendo assim, abaixo coloco os meus três favoritos. Quais são os seus?

01. Hamlet de 1948 por Laurence Olivier

Laurence Kerr Olivier é reconhecido, principalmente, por suas interpretações dos textos de Willian Shakespeare, sendo no teatro ou no cinema. Entre elas estão: Júlio César (em teatro amador, aos 10 anos de idade), Henrique V, Ricardo III, Otelo e — claro — Hamlet. O trecho abaixo pode parecer um pouco exagerado aos nossos olhos, porém na época em que foi gravado era apenas como transpor a interpretação do teatro para o cinema. Talvez a minha vontade de assistir ao espetáculo no original — que nunca vi! — faça com que Olivier desponte nesta pequena lista.

02. Hamlet de 1996 por Kenneth Branagh

Kenneth Branagh dirigiu muitas adaptações das peças de Shakespeare, como o festivo e solar Muito Barulho por Nada (que falamos em um dos episódios do Livro em Cartaz), em que vive Benedito e o intrigante Otelo que faz — muito bem! — o maldoso Iago, mas seu Hamlet tem um lugarzinho em meu coração por ter sido o primeiro que vi — inclusive a história, que ainda não tinha lido — apaixonando-me no mesmo instante pela tragédia.

03. Hamlet de 2009 por David Tennant

Alguns desconfiarão que Tennant está aqui apenas por eu ser fã do ator. O que posso dizer é: talvez. Quando assisti ao Hamlet da BBC com Tennant, fiquei temerosa. Ele era engraçado em sua fingida loucura e eu pensava “como será o solilóquio?” E aí ele me brinda com um olhar desesperado e muito mais sincero que os outros.

  • 🎧 No episódio do Livros em Cartaz #018 — A morte do sonho americano eu e a Gabi Idealli conversamos sobre “o” romance americano do século XX: O Grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald e de como sua biografia está entranhada na sua narrativa, sendo ele não só um homem do seu tempo, mas que viveu seu tempo, digamos, loucamente! Além, é claro, das fofocas sobre Zelda, Hemingway…
  • 📺Sei que muitas são as críticas que posso fazer a Mulher-Hulk, série da Disney+, mas não consigo! Mesmo tendo algumas incoerências de roteiro e problemas de ritmo, o penúltimo episódio da série disponibilizado na quinta-feira (06/10), me trouxe mistos de “AI MEU DEUS, ATÉ QUE ENFIM!” e “acho que vou chorar…”. Episódio redondo provando que Tatiana Maslany é sim a She-Hulk — independente do que o CGI posso contribuir contrariamente para essa afirmação — e que quero Jen Walters trabalhando na Nelson & Murdock em Hell’s Kitchen.
  • 📚 Ainda não foi desta vez desta vez Murakami! A ganhadora do prêmio Nobel de Literatura deste ano foi para a francesa Annie Ernaux. Nem de longe essa seria a minha aposta. Estava pensando em Salman Rushdie, que achei que levaria por dois motivos: o primeiro, motivado pelo atentado que o autor sofreu nos EUA e outro por conta das reações recentes pela morte da iraniana Mahsa Amini, que morreu por “usar o véu errado”.
  • 🖥️Ilustração criada por inteligência artificial é arte? Está rolando uma discussão neste post com imagem criada no Midjourney
  • 💿A coisa mais legal dos últimos tempos é o Brutal Brega novo projeto solo de João Gordo, vocalista do lendário Ratos de Porão, que traz músicas do cancioneiro popular brasileiro em uma roupagem hardcore. Você pode assistir ao videoclipe, que faz jus ao nome do projeto, e ouvir o álbum completo no Spotify.

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